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Veja quem são citados por Ronnie Lessa que negocia delação do caso Marielle

Um deles é Domingos Brazão, ex-deputado estadual e atual conselheiro do TCE-RJ

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Em depoimentos de negociação de delação premiada, o ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, entregou à Polícia Federal o nome de duas pessoas supostamente envolvidas no crime.


Uma delas é Domingos Brazão, ex-deputado estadual e atual conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro). Segundo pessoas a par das investigações, Lessa apontou Brazão como mandante.


Outro nome citado nas "sessões" – termo utilizado pelotas agentes para se referir a um depoimento de negociação de delação – é Jomar Duarte Bittencourt Júnior, conhecido como Jomarzinho. Ele teria vazado informações sigilosas sobre a apuração do caso.


Domingos Brazão


O conselheiro do TCE-RJ, Domingos Brazão, já foi delatado também por Élcio de Queiroz, ex-policial que está preso em Brasília. Essas informações foram comprovadas e o acordo foi homologado pela Justiça.


Essa é a única delação do caso até o momento. Queiroz também delatou, na parte que está sob sigilo, o contraventor Bernardo Bello.


Jomarzinho


Filho de um delegado da PF, Jomar Junior foi alvo de busca e apreensão pela PF em julho do ano passado, mesmo dia em que Maxwell Corrêa, o "Suel", foi preso suspeito de participar do crime. A PF investiga a ligação entre Brazão e Jomarzinho, enquanto ambos frequentavam a Alerj (Assembleia Legislativa de Rio).


"Sessões"


A CNN apurou que os depoimentos de Ronnie Lessa aconteceram em Campo Grande (MS), fora do presídio federal onde ele está preso. A Polícia Penal Federal ajudou tanto na intermediação quanto na escolta. Houve mais de uma "sessão".


Os depoimentos fazem parte da negociação de delação, que tramita desde o fim do ano passado, mas ainda sem homologação. A PF está na fase de comprovar o que foi dito por Lessa e a possível delação precisa de aval do STJ (Superior Tribunal de Justiça), onde está o caso, como antecipou a CNN em outubro.


Condições do acordo


A reportagem apurou que uma das condições colocadas por Lessa para colaborar com a investigação seria a segurança da família dele, no Rio de Janeiro. Os depoimentos e a negociação de delação teriam recebido aval dos filhos do ex-policial.


Delação de "Suel"


Em novembro do ano passado, a Polícia Federal tentou um acordo de colaboração com Maxwell Corrêa. A CNN apurou que conversas iniciais foram feitas e Suel estava disposto a falar, mas a negociação foi congelada. O ex-bombeiro está no presídio federal de Brasília desde julho do ano passado, preso suspeito de participar do crime.


Versões


Em nota, a Polícia Federal informou que trabalha em parceria com outros órgãos, notadamente o Ministério Público, "com critérios técnicos e o necessário sigilo das diligências realizadas".


"Até o momento, ocorreu uma única delação na apuração do caso, devidamente homologada pelo Poder Judiciário. As investigações seguem em sigilo, sem data prevista para seu encerramento", explicou a PF.

O advogado de Ronnie Lessa disse não ter conhecimento da assinatura de uma delação e já ameaçou sair do caso se o cliente assinar acordo.


As defesas de Jomarzinho e Bernardo Bello não foram encontradas.


Posicionamento de Domingos Brazão na íntegra:

"Em razão das notícias veiculadas acerca do homicídio da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes, Domingos Brazão esclarece que as informações que tem sobre o caso foram obtidas por meio de matérias jornalísticas.


Registra, ainda, que por mais de uma ocasião, pediu acesso à investigação, tendo seus pedidos sido negados, motivo pelo qual desconhece o teor dos elementos contidos no inquérito.


Para além de tais informações, esclarece não conhecer os personagens da trama delituosa. Esclarece, ainda, que jamais teve qualquer envolvimento com eles e tampouco relação com os fatos.


Diante das especulações que buscam envolvê-lo no delito, destaca que as matérias apresentam razões inverossímeis para tentar lhe trazer para o bojo das investigações, evidenciando assim a inexistência de motivação que possa lhe vincular ao caso.


Por fim, coloca-se à disposição para todo esclarecimento e espera que os fatos sejam concretamente esclarecidos, de modo a encerrar a tentativa de lhe associar ao trágico enredo."

Fonte: Conjuntura

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