Com as escalas de abate confortáveis e o escoamento doméstico (pela carne bovina) ainda comedido, os pecuaristas brasileiros encontram dificuldades para negociar com os frigoríficos, que resistem em pagar a mais pela arroba, informa nesta terça-feira (9/1) a Agrifatto.
Mesmo após o recebimento dos salários neste início de janeiro, a demanda interna pela proteína bovina continua em ritmo moderado – não suficiente para estimular uma grande corrida das indústrias por lotes de boiadas gordas, dizem os especialistas.
Em São Paulo, de acordo com apuração da Agrifatto, a cotação do boi gordo registrou leve recuo de 0,8% nesta terça-feira (9/1), com o animal sendo negociado em R$ 243,50/@, em média.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, boa parte das indústrias paulistas segue fora das compras de animais terminados. "Com as escalas de abate para oito dias, em média, a cotação da arroba não mudou", ressalta a Scot.
Com isso, pelos dados da Scot, o boi gordo "comum" vale R$ 245/@ em São Paulo, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 220/@ e R$ 237/@, respectivamente (preços brutos e a prazo).
O "boi-China" está cotado em R$ 250/@ nas praças paulistas (bruto, no prazo), com ágio de R$ 5/@ sobre o animal "comum".
"A expectativa do mercado é de que a estabilidade continue", reforça a Scot, acrescentando: "Com isso, os preços no mercado paulista estão estáveis há 16 dias úteis para o boi gordo e para o "boi China", 27 dias úteis para a vaca e 22 dias úteis para a novilha".
Na B3, em oposição ao mercado físico, todos os contratos futuros do boi gordo tiveram ajustes positivos na segunda-feira (8/1). O vencimento para janeiro/24 teve alta de 0,77%, ficando cotado a R$ 248,50/@.
Quanto às exportações de carne bovina in natura, após fechar 2023 com um volume recorde, a primeira semana de janeiro/24 trouxe os maiores números para o período dos últimos 4 anos, informa a Agrifatto, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Foram embarcadas 49,8 mil toneladas nos primeiros quatro dias úteis de 2024. Porém, o preço médio pago por tonelada seguiu estagnado, próximo aos US$ 4,52 mil/t, registrando um recuo de 7,44% no comparativo anual, relata a Agrifatto.
Pelo levantamento da S&P Global, os preços do boi gordo seguem estabilizados nas diversas praças monitoradas e as indústrias brasileiras mantêm escalas para os próximos 10 dias úteis.
A consultoria, porém, alerta para a forte onda de calor nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do País, onde a sensação térmica chega a até 50ºC. Tal condição pode prejudicar o sistema de pastagens, comprometendo a engorda dos animais.
Fonte: DBO Rural